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Curso de Pós-Graduação em Medicina do Hospital Jaraguá

 

 

 

 

Capítulo 10

Curso de Pós-Graduação em Medicina do Hospital Jaraguá

 

64. Histórico – 65. Vice-Coordenadora do Curso – 66 a 73. Responsável por oito Disciplinas

 

 

64. Histórico

O Curso de Pós-Graduação em Medicina do Hospital Jaraguá é oficializado pelo Ministério da Educação e Cultura, Parecer do Conselho Federal de Educação nº 667/91 publicado no Documento Oficial da União em 02.12.1991 que autoriza a funcionar, preliminarmente, a nível de Mestrado e, dependendo de seu desempenho, também a nível de Doutorado. O Relator exarou parecer onde consta: que o Hospital Jaraguá preenche as condições de instituição científica qualificada para desenvolver o programa de Pós-Graduação, dentro da excepcionalidade prevista no § 1o, do artigo 3o, da Resolução – CFE/83. Por isso, vota favoravelmente à carta-consulta de qualificação encaminhada a este Conselho pelo referido Hospital, com vistas ao início do período experimental do curso de Pós-Graduação em Medicina.

 

65. Vice-Coordenadora do Curso

Responde pelo Curso de Pós-Graduação na ausência do Coordenador. Com ele, orienta durante os seis primeiros meses todos os alunos ingressantes, de maneira a dar as diretrizes gerais do curso e facilitar que cada aluno escolha seu Orientador bem como seja por ele aceito. 

 

66 a 73. Responsável por oito Disciplinas

66. Disciplina: Alterações Hemodinâmicas Decorrentes do Ato Cirúrgico

Área de concentração – Comum à todas as áreas

Objetivo – Oferecer ao aluno a compreensão dos mecanismos de respostas cardíacas, imediatas e tardias, às agressões decorrentes do ato cirúrgico.

Duração do curso – Duas (2) semanas

Carga horária: Total: 60 horas. Semanal: 30 horas. (Aula formal 4 hs; Prática 14 hs; Seminário 2 hs; Estudo 10 hs)

Número de créditos  – Cinco (5)

Programa de aulas formais – Risco cirúrgico;  Evolução da ecocardiografia e sua aplicação em cirurgias não cardíacas.

Trabalhos práticos – Interpretação do eletrocardiograma, do teste de esforço e do ecocardiograma no pré-operatório; Interpretação das alterações hemodinâmicas no momento da abertura da pinça aórtica após a restauração aórtica; Avaliação do estudo hemodinâmico no pré-operatório.

 

67.  Disciplina: Modelos de Pesquisa Científica

Área de concentração – Obrigatória à todas as áreas

Objetivo – Desenvolver no aluno a atitude científica de pensar. Desenvolver a capacidade de detectar, por analogia, soluções de problemas médicos.

Duração do curso – Variável

Carga horária – Variável. (Preleções e debates)

Número de créditos  – Até três (3) conforme a carga horária do semestre.

Programa de aulas formais – Professores das áreas biológicas, exatas e humanas expõem como idealizaram e elaboraram suas Teses.

Trabalhos práticos – Elaboração de Protocolo de pesquisa e apresentação de resultados parciais.      

Observação – Esse curso foge ao convencional. Aproveita a experiência de Professores convidados das Universidades paulistas que aceitam expôr como elaboraram suas Teses.

Aulas proferidas – Evolução do Pensamento Científico; Arterialização da veia (Dr. Salvador José de Toledo Arruda Amato); Papel dos métodos eletrocardiográficos Pós-IAM (Prof. Dr. Paulo Jorge Moffa); Complexo vulcânico Poços de Caldas – projeto de pesquisa (Prof. Dr. Reinholt Ellert); Linguagem gestual no teatro naturalista Hauptmann (Prof. Dr. Erwin Theodor Rosenthal); Linha de Pesquisa – Avaliação da ação concomitante do balão intra-aórtico e da bomba centrífuga na assistência circulatória ao ventrículo esquerdo (Prof. Dr. Paulo Pêgo Fernandes); Estrutura da inteligência; Avaliação do aprendizado (Prof. Dr. Renato DiDio); Elaboração da Tese – Doutoramento e Docência; Promoção de saúde – teoria e prática (Profa. Dra. Nelly Martins Ferreira Candeias); Desenvolvimento da Tese (Prof. Dr. Paulo Kassab); Desenvolvimento da Tese: Resistência músculo-aponeurótica da parede abdominal à tração medial após secção e deslocamento aponeurótico seletivos – estudo em cadáveres (Prof. Dr. Fábio Nahas).

Protocolos de pesquisa dos alunos – Significado da presença de anticorpos antimiocárdicos na cardiopatia valvar reumática (Izo Helber); Pesquisa de novos critérios eletrocardiográficos para hipertrofia ventricular esquerda (José Osvaldo Moreira); Comparação da monitorização ambulatorial da pressão arterial em voluntários de dieta hipersódica e posterior dieta hipossódica (José Roberto Portante). Esteve presente como comentarista o Prof. Dr. Paulo Lara Lavítola.  

 

68.  Disciplina: Pesquisa para a Saúde

Área de concentração – Obrigatória à todas as áreas

Objetivo – Analisar em profundidade idéias candentes do momento. Resgate de boas idéias. Ensaiar teoricamente a aplicação prática de idéias emergentes da pesquisa.

Duração do curso – Variável

Carga horária – Variável

Número de créditos  – Será computado em (1) crédito a cada 12 horas despendidas pelo aluno nesse Curso.

Programa de aulas formais – As aulas são programadas a medida que surge um tema de importância ou pela oportunidade do depoimento de algum pesquisador, para dissipar dúvidas surgidas nos debates em o Círculo Científico de Idéias, ou ainda quando o docente ou aluno pretender colocar na prática idéias surgidas na pesquisa.

Aulas proferidas – Coronariano em hospital geral (Profa. Dra. Marisa Campos Moraes Amato); Unidade de dor torácica (Profa. Dra. Marisa Campos Moraes Amato); Responsabilidade civil do médico (Prof. Dr. Irany Novah Moraes); Mito e verdade sobre radicais livres (Prof. Dr. Francisco Martins Laurindo); Limites entre loucura e normalidade (Prof. Dr. Guido Arturo Palomba); A estatística como suporte da pesquisa científica (Mestre em Estatística Rita Antonelli Cardoso); Correio eletrônico e pesquisa (Prof. Dr. Eduardo Bonilha de Toledo Leite).

 

69.  Disciplina: Seminários de Sociologia da Saúde

Área de concentração – Obrigatória à todas as áreas

Objetivo –  Dar aos alunos o entendimento do significado da comunidade no aparecimento de doenças, entendendo seu custo social, e tratamento inadequado.

Duração do curso – 4 seminários  

Carga horária – Total: 8 horas. Semanal: 2 horas. (Preparo Seminário 28 hs)

Número de créditos – Três (3)

Conferências – Serão convidados sociólogos para exposição de temas candentes.

Seminários – Cooperativismo na área da saúde; Interiorização da medicina; Universidade paga; Custo social da doença.

Aulas proferidas – Cibernética no mundo moderno (Profa. Dr. Oswaldo Sangiorgi); Aplicação da estatística em medicina (Mestre em Estatística Rita Antonelli Cardoso); Erro Médico (Prof. Dr. Irany Novah Moraes); Diagnóstico Psiquiátrico – limites de loucura e da normalidade (Prof. Dr. Guido Arturo Palomba); Informática para o médico (Dr. Chao Lung Wen); O diabético hoje e no futuro (Dra. Christiane Elias); Isquemia silenciosa (Profa. Dra. Cecília Solimene); O coronariano no hospital geral (Dr. Evandro Machado Lopes Filho); Recursos estatísticos disponíveis para o médico (Mestre em Estatística Rita Antonelli Cardoso); Aspectos fisiológicos e clínicos dos radicais livres cardiovasculares (Prof. Dr. Francisco Rafael Martins Laurindo); Linhas de pesquisa em ultra-estrutura (Prof. Dr. Bruno König Jr.); Papel social do médico (Prof. Dr. Fernando Proença de Gouvêa); Novolab Laboratório – estrutura, recursos tecnológicos e serviços prestados (Prof. Dr. Paulo Vaz Guimarães); Impotência sexual (Prof. Dr. Marcus Vinícius Sadi).

 

70.  Disciplina – Risco Cardíaco em Cirurgia Não Cardíaca

Área de concentração – Comum à todas as áreas

Objetivo – Aprofundar o conhecimento do aluno na avaliação do risco cardíaco.

Duração do curso: Duas (2) semanas

Carga horária – Total: 60 horas. Semanal: 30 horas (Aula formal 8 hs; Prática 24 hs; Seminário 8 hs; Estudo 20 hs)

Número de créditos – Cinco (5)

Programa de aulas formais – Indicação de cirurgia geral eletiva em coronariano;  O paciente vascular e a avaliação cardíaca; A insuficiência cardíaca no paciente internado para cirurgia;  Antiarrítmicos e anestésicos; Medicamentos cardiológicos no pré-operatório.

Seminários – Avaliação clínica pré-operatória; Alterações hemodinâmicas no ato cirúrgico;  A hipertensão arterial no paciente internado para cirurgia.

 

71.  Disciplina – Pontos Críticos em Cardiologia

Área de concentração – Específica para determinada área (cardiologia)

Objetivo –  Dar visão dos aspectos mais importantes da Cardiologia, principalmente no que diz respeito à constante evolução de conceitos, raseada no progresso e em estudos multicêntricos, mudando a interpretação dos fatos e a conduta terapêutica.

Duração do curso: Duas (2) semanas

Carga horária – Total: 60 horas. Semanal: 30 horas. (Aula formal 4 hs; Prática 14 hs; Seminário 2 hs; Estudo 10 hs)

Número de créditos  – Cinco (5)

Programa de aulas formais – Trombólise;  Etiopatogenia da Arteriosclerose; Indicação de cateterismo cardíaco; Fatores de risco da arteriosclerose;  Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial;  A importância do esforço no diagnóstico cardiológico.

Seminários – Isquemia silenciosa;  Tratamento das arritmias cardíacas;  Angina instável;  Eco de Estresse?

Trabalhos práticos – Que visem mostrar a importância social do cardiologista.

Aulas proferidas – Fatores de risco da arteriosclerose (Profa. Dra. Marisa Campos Moraes Amato); Avaliação cardiopulmonar na estenose mitral; Prolapso de valva mitral (Prof. Dr. Eduardo Rossi); Mecanismo de proteção cerebral durante parada circulatória (Prof. Dr. Paulo Pêgo Fernandes); Avanços na abordagem da urgência em cardiologia (Prof. Dr. Flávio Tarasoutchi); Avanços em aplicação de radioisótopos em cardiologia (Prof. Dr. William Chalela).

 

72. Disciplina – Problemática das Cardiopatias Valvares

Área de concentração – Específica para determinada área (Cardiologia)

Objetivo – Aprofundar o conhecimento dos alunos no estudo dos mecanorreceptores ventriculares.

Duração do curso: Duas (2) semanas

Carga horária – Total: 60 horas. Semanal: 30 horas.  (Aula formal 4 hs; Prática 14 hs; Seminário 2 hs; Estudo 10 hs)

Número de créditos – Cinco (5)

Programa de aulas formais – Evolução epidemiológica das valvopatias; Etiopatogenia das valvopatias; Métodos diagnósticos de avaliação; Momento adequado de indicação cirúrgica; Aspectos socioeconômicos das valvopatias; Doença reumática; Endocardite infecciosa; Próteses valvares – situação atual.

Seminários – Hemodinâmica das estenoses e infecções valvares;  Complicações clínicas dos substitutos valvares disponíveis atualmente.

Trabalhos práticos – Discussão de Casos.

 

 

73. Disciplina – Didática Médica

Professora Responsável – Prof.a Dra. Maria de Lourdes Mariotto Haidar

Qualificação – Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo

Área de concentração – Obrigatória à todas as áreas

Objetivo – Oferecer ao estudante o conhecimento de recursos didáticos aplicáveis ao processo ensino-aprendizagem na escola médica, tendo em vista ampliação do rendimento do processo educacional adequação aos objetivos visados.

Duração do curso – No decorrer do ano letivo.

Carga horária – Total: 24 horas. Mensal: 6 horas. (Aula formal 2 hs; Prática 10 hs; Seminário 6 hs; Estudo 6 hs)

Número de créditos – Sem créditos

Programa de aulas formais – O processo ensino aprendizagem. Aspectos fundamentais. Fatores que interferem na aprendizagem. Características dos alunos e estilos de aprendizagem. A organização do processo ensino-aprendizagem; Seleção e formulação de objetivos. O planejamento do ensino; Metodologias aplicáveis ao ensino superior. análise de algumas técnicas didáticas para o ensino médico; Tecnologia de educação aplicada ao ensino superior; Avaliação da aprendizagem. A avaliação do conhecimento no ensino médico. Instrumentos e técnicas de medida.

Seminários  – O curso será ministrado sob a forma de seminários e estágios supervisionados.

Colaborou nessa Disciplina expondo e debatendo com os alunos o trabalho elaborado no decorrer de seu próprio Curso de Pós-Graduação em nível de Doutorado e que publicou posteriormente na Revista Carisma – formação do médico, vol. IX, n. 1 e 2, 1989 (Doc. 124). O trabalho vai transcrito a seguir:

Aprendizagem em Medicina

Não é muito exagero dizer que viver é, em grande parte, aprender, e que o resto da vida consiste em praticar o que se aprendeu previamente. Podemos começar a aprender assim que começamos a viver; é muito provável que o processo da aprendizagem comece algum tempo antes do nascimento. Não parece provável que cessemos de aprender até estarmos nas garras da morte. (Knight Dunlop).

 

Embora tenhamos a tentação de definir aprendizagem como progresso alcançado pela prática, ou como aproveitamento de experiência, sabemos muito bem que certas aprendizagens não são progressos e que outras não são desejáveis nas suas conseqüências. Por outro lado, descrevê-la como qualquer mudança provocada pela repetição é confundi-la com crescimento, fadiga e outras que se podem dar com a repetição.

Outra definição: aprendizagem é o processo pelo qual uma atividade tem origem ou é modificada pela reação a uma situação encontrada, desde que as características da mudança de atividade não possam ser explicadas por tendências inatas de respostas, maturação ou estados temporários do organismo (por exemplo, fadiga, drogas etc.).

Qualquer teoria de aprendizagem deve se baseada em alguns pressupostos relativos ao comportamento humano.

Consideremos então três pressupostos básicos que apresentam a vantagem de ser amplos e ao mesmo tempo consistentes com o conhecimento científico do comportamento humano:

  1. As tentativas que o homem faz para tornar-se competente e eficiente resultam, principalmente, da aprendizagem. Com exceção dos nossos reflexos fisiológicos básicos (respiração, digestão, eliminação e outros), a totalidade de nosso comportamento consiste numa complexa constelação de parcelas aprendidas de comportamento. Até os reflexos fisiológicos básicos podem ser modificados pela aprendizagem. Aprendemos a ser quem somos e o que somos.
  2. O processo de aprendizagem se inicia quando o indivíduo percebe em seu ambiente (ou dentro de si próprio), aspectos novos e diferentes dos que foram anteriormente apresentados. O próprio processo de aprendizagem consiste em tentativas de lidar com as mudanças ocorridas em nosso ambiente externo e interno. Estas mudanças podem ser constituídas por novas forças ou estímulos que atuem sobre o indivíduo, ou por mudanças na maneira pela qual ele percebe seu ambiente ou a si próprio. Suas tentativas de lidar com estas mudanças é que constituem o processo de aprendizagem. Pode lidar com elas usando formas de comportamento que se mostraram eficientes no passado ou pode experimentar novas formas. Suas tentativas de lidar com as mudanças podem ou não obter êxito. Se malograr, pode aprender a evitar tal forma de comportamento ou, tendo previamente aprendido a esperar o pior de si mesmo, pode escolher alguma forma destinada a falhar, reforçando, assim, seus sentimentos de inferioridade.
  3. A aprendizagem é um processo contínuo, que se prolonga por toda a vida. O ambiente interno e externo do indivíduo está sempre mudando, e estas modificações estimulam a aprendizagem. O impulso do homem para ser competente e eficiente leva, em condições normais, a um aumento de eficiência para lidar com seu ambiente; mas, se ele se sente incapaz ou perturbado por um excesso de ansiedade, pode desenvolver defesas que o impeçam de perceber as mudanças que estão ocorrendo dentro de si e em seu ambiente externo. Tais defesas levam à formação de padrões rígidos de comportamento, ao emprego de comportamentos inadequados à solução de problemas e outras formas de comportamento imaturo, neurótico ou impróprio. Em tais condições, o indivíduo pode desenvolver atitudes autodepreciativas ou um comportamento que o leve a ignorar ou a perceber mal seu ambiente em mudança e, assim, evitar problemas que se lhe apresentem. Uma criança que não consegue enfrentar a expectativa do professor a seu respeito, com relação a um certo grau de competência em leitura, pode encontrar meios de negar que se espere tal competência de sua parte, pode julgar que é incompetente ou pouco inteligente, pode perturbar o professor com mau comportamento ou compensar sua incapacidade obtendo êxito em outros campos. Cada um destes é um padrão aprendido de comportamento e, por sua vez, é provável que seja baseado no emprego anterior de tal padrão de comportamento, em situação de tensão.

Motivação – Uma das falhas das teorias tradicionais e populares de aprendizagem é a sua tentativa de ignorar a motivação ou de reduzi-la a uma categoria bem limitada e estereotipada. A idéia de que o aluno só aprende porque é recompensado ou punido é um exemplo; e a idéia de que os estudantes aprendem porque o professor “já lhes disse” é outro. Estas idéias baseiam-se no pressuposto, bastante ingênuo, de que a motivação do estudante é alguma coisa que pode ser despertada, sempre que o professor decida ensinar. Os três pressupostos básicos que apresentamos sobre o comportamento humano, afirmam que a aprendizagem é um processo natural, normal, e que aprender é próprio da natureza do ser humano.

Em qualquer situação de aprendizagem existe um educando com suas experiências passadas, suas capacidades atuais, suas necessidades e seus sentimentos. O educando passa por algum tipo de experiência. Ele não aprende simplesmente por ficar mais velho. A sua experiência, lendo um livro, ouvindo uma aula ou um disco, ou praticando uma atividade, inclui: (1) alguma percepção, (2) alguma manipulação de idéias, (3) algum sentimento e (4) alguma atividade motora. À medida em que ocorrem essa percepção, esse pensamento, esse sentimento e essa atividade, provocam mudanças no modo de perceber, pensar, sentir e fazer as coisas.

Desse modo a aprendizagem pode ser definida como a mudança do potencial de se ver, pensar, sentir e fazer as coisas através de experiências parcialmente perceptivas, parcialmente intelectuais, parcialmente emocionais e parcialmente motoras.

Os Métodos Tradicionais de Ensino – Uma fonte de métodos de ensino, empregados pelos professores de nossos dias, é o cabedal de técnicas que têm estado em uso por muitos anos. Os métodos tradicionais não foram desenvolvidos deliberadamente para atender a um aspecto particular da psicologia da aprendizagem, mas estruturam-se pouco a pouco, durante a longa história das relações entre mestres e discípulos.

Técnicas Especializadas – Os psicólogos já compreenderam que a maneira ideal de aprender a funcionar num ambiente é ser colocado nesse ambiente. Quando um indivíduo tem de viver em outro país, de outra língua, ele aprende rapidamente o novo idioma.

É esta a oportunidade de se fazer referência ao grande êxito que a Residência Médica proporciona ao preparo do Médico. O “treinamento em serviço” é a essência do aprender fazendo, exigindo conhecimento técnico e com a segurança da eficiência pelo acompanhamento direto do preceptor.

Ambientes Simulados – Uma das metas dos ambientes simulados é trazer o futuro para o presente, permitir que os estudantes participem de papéis que a sociedade normalmente lhes negará por muito tempo ainda. Nesse jogo de simulação o estudante não completa tarefas, mas procura aprender aquilo de que necessita para fazer frente ao ambiente em que se encontra.

As simulações podem ser utilizadas como parte de um programa de orientação. Num jogo de universidade, estudantes do curso médico tomam decisões sobre os cursos que deverão seguir, para preencher os requisitos da graduação numa faculdade. A faculdade é fictícia, mas os requisitos para a formatura são realistas.

A meta na simulação não é apenas graduar-se, mas, obter um emprego ou o ingresso numa escola de pós-graduação. O participante do jogo deve preencher os requisitos da companhia ou da escola que escolheu. Estes requisitos poderão ser uma combinação de conhecimentos acadêmicos e participação em atividades extracurriculares. A simulação ensina a importância de uma distribuição realista do tempo entre as várias atividades universitárias, assim como a importância de preencher os requisitos básicos para permitir um horário mais flexível de cursos mais tarde.

Os Jogos Didáticos – Muitas técnicas para produzir aprendizagem baseiam-se em recompensas extrínsecas pelo exercício de uma atividade. Entre eles há uma variedade de jogos que não têm outros limites senão os que forem traçados pela imaginação do professor. Muitos são usados como uma atividade-prêmio para os alunos que completarem com êxito a sua tarefa regular.

O que desejamos frisar é simplesmente que uma atividade que causa prazer aos estudantes é compatível com os valores da educação, devendo ser incorporada ao processo de ensino-aprendizagem.

A Instrução Programada – Pode-se considerar a instrução programada como um método de ensino ou como um veículo de aprendizagem, no mesmo sentido em que o são os compêndios e o livro de exercício. O conteúdo a ser aprendido é apresentado sob a forma de breves enunciados, com uma pergunta final ou um espaço em branco para ser preenchido pelo estudante.

As principais vantagens que se atribuem à instrução programada são o “feedback” imediato fornecido ao próprio aluno e pelo fato de cada um determinar o seu ritmo individual de progresso.

Até agora não se determinou e provavelmente não será possível fazê-lo, por algum tempo ainda, o papel que as várias formas de instrução programada irão desempenhar na educação. Ela pode tornar-se um dos métodos primordiais de instrução ou um suplemento secundário a outros métodos, para promover a atualização contínua.

Progressos Tecnológicos – Os recursos tecnológicos da informática, recentemente introduzidos como meio de treinamento em medicina, podem ser um chamariz despertando curiosidade, entusiasmo, interesse, concentração, solução de problemas, ampliando a capacidade humana e aumentando a sua produtividade, podendo também ser utilizados como meio de instrução programada.