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Chefia de Serviços de Cardiologia

 

 

 

 

Capítulo 7

Chefia de Serviços de Cardiologia

 

53. Responsável pelo Serviço de Cardiologia do Hospital Jaraguá e da Amesp Saúde – 54. Atendimento do Coronariano em Hospital Geral – 55. Clínica Particular

 

 

53. Responsável pelo Serviço de Cardiologia do Hospital Jaraguá e da Amesp Saúde

Ambulatório e Hospital – Desde 1980 é responsável pelo Serviço de Cardiologia do Hospital Jaraguá e do Grupo Amesp onde, pessoalmente, discute todos os casos complicados bem como as indicações de cirurgia cardíaca de pacientes encaminhados pelos cardiologistas do grupo.

Eletrocardiografia – Respondia pessoalmente pelo Serviço tendo dado, aproximadamente, 20 mil laudos provindos de todos os clínicos do Grupo.

EcodoplercardiografiaEste serviço foi instalado desde 1993 e atingiu, em 1997, o número significativo de 10 mil exames. Iniciou com o aparelho italiano SIM 7.000 plus Esaotec Biomedic, o qual foi substituído em 1996 pelo XP10 da Acuson possibilitando a execução de exames vasculares e de ultra-sonografia em geral. No início de 1997 adquiriu-se a última geração desse aparelho o Sequóia, também da Acuson, com a 2a Harmônica, o que possibilita a execução de exames contrastados. O Serviço realiza também todos os tipos de ultra-sonografia com Doppler.

Especialista – Dr. Israel Gomes Ribeiro, formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Londrina em 1977, Residente em Pediatria no Hospital das Clínicas em 1980, com Título de Cardiologista pela Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Cardiologia, em 06 de março de 1991 e em Ecocardiografia pelo Departamento de Ecocardiografia da Sociedade Brasileira de Cardiologia, em 29 de outubro de 1992.

Stress-Ecocardiografia – Iniciado em 1997. Tem a ajuda técnica de Miriam Marcela Rox Rodrigues (Biomédica formada pela Universidade Federal de Buenos Aires – Argentina). Os aparelhos utilizados são: Acuson Sequóia 512, Quad Screen, Bomba de Infusão e Software específico. Possibilidade de realizar contraste com 2o Harmônico.

Especialista – Dr. Domício Batista Queiroz Filho, formado pela Faculdade de Medicina de Catanduva em 1984, Residente em Cardiologia Clínica no Hospital Heliópolis do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social em 1986 a 1988, fez estágio em Ecocardiografia no Centro de Cardiologia Não Invasiva, com duração de 700 horas em 1989 e em Eletrocardiografia de Esforço na Fitcor, em 1988.

Eco-transesofágico – Iniciado em dezembro de 1997. Os aparelhos são: Acuson Sequóia 512 e Transdutor VSM multiplano.

Especialista – Dr. Ronildo Nascimento Ribeiro, formado pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, ES, em 1990, Residente em Cardiologia Clínica na Clínica de Moléstias Cardiovasculares da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência em 1991-93, Título de Especialista em Ecocardiografia outorgado pela Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência, Serviço de Ecocardiografia do Hospital São Joaquim em 1994 e médico assistente do Serviço de Ecodoplercardiografia do Hospital da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência em 1994-97.

Ergometria Este serviço iniciou-se em 1993 e atingiu, até junho de 1998, o número de 5.000 exames.

Ergo-espirometria –  Iniciado em junho de 1998 com o aparelho Ergo PC Elite da Micromed.

A principal função dos sistemas cardiovascular e respiratório é a troca  gasosa, para suportar a respiração celular. O sucesso destes sistemas é refletido na tomada de oxigênio (VO2), e na produção de gás carbônico VCO2 em resposta a um estímulo de exercício específico. Um teste de esforço onde estas medidas são tomadas é chamado Teste de Esforço Cardiopulmonar, e pode indicar muitas outras questões a mais do que o uso de um eletrocardiograma para indicar a presença ou não de doença arterial coronariana. Através do teste de esforço cardiopulmonar é possível determinar e calcular uma série de respostas que contribuem para a obtenção de um teste verdadeiramente máximo. A presença de uma taxa de troca respiratória (VCO2/VO2) acima de 1.1, a existência de um limiar anaeróbico, uma ventilação pulmonar acima de 60% da máxima prevista ou medida e eventualmente a presença de um platô no VO2 diante de um aumento na carga de esforço e/ou dessaturação arterial de oxigênio ao final do exercício em pacientes sem pneumopatias são alguns dados que, juntamente com a sensação subjetiva de esforço podem assegurar que o esforço foi realmente máximo. É possível determinar precisamente a eficiência mecânica do indivíduo, o que tem inúmeras implicações tanto a nível de diagnóstico quanto para prescrição de exercícios físicos. Pode-se ainda quantificar precisamente eventuais melhorias obtidas com intervenções terapêuticas, farmacológicas, físicas ou cirúrgicas. Na prática, quando a melhoria do VO2 máximo é detectada pelo teste de esforço cardiopulmonar, é possível eliminar ou controlar o efeito da melhoria da eficiência mecânica de uma real melhoria da função cardiopulmonar.

O teste de esforço cardiopulmonar, juntamente com a espirometria de repouso, permite na grande maioria das vezes estabelecer não somente o diagnóstico diferencial, mas proporcionar uma linha de base para o acompanhamento da progressão do quadro e dos resultados de intervenções terapêuticas. É possível ainda determinar se há limitação ventilatória ao esforço – através da determinação da reserva ventilatória. Em adendo, o comportamento da saturação arterial de oxigênio ao longo do incremento da intensidade do esforço e no período de recuperação possibilita a obtenção de informações indiretas sobre a perfusão pulmonar, da relação ventilação/perfusão e do transporte de oxigênio.

Ao contrário, o teste de esforço cardiopulmonar permite obter dados precisos, tais como a determinação do limiar anaeróbico, da eficiência mecânica, da relação VO2/FC e do consumo máximo de oxigênio, que são fundamentais para uma prescrição correta de um programa de atividade física – princípio muito utilizado não somente para treinamento de atletas de alto nível, mas também, na orientação de cardiopatas submetidos a programas regulares de reabilitação.

 

54. Atendimento do Coronariano em Hospital Geral

Com a implantação da Residência Médica em Cardiologia no Hospital Jaraguá, estabeleceu-se avaliar a conduta e revisar os casos cardiológicos de uma comunidade de quase meio milhão de pessoas, bem como dos métodos de atendimento.

Este trabalho resultou no estudo crítico reproduzido a seguir sob o título: Atendimento do Coronariano em Hospital Geral (BMJ – British Medical Journal, vol. II, nº 8, p. 26, julho/1997). (Doc. 262)

O desenvolvimento tecnológico tem propiciado controle das doenças preservando a saúde, melhorando a qualidade de vida e aumentando a longevidade do homem. Entretanto, a arteriosclerose continua implacável. Doença degenerativa da artéria, embora lenta é insidiosa e progressiva, afeta cada vez maior número de indivíduos que, por viverem mais tempo, tem maior probabilidade de apresentar complicações. É, no primeiro mundo, responsável por mais da metade da mortalidade em geral. É sistêmica, com manifestações localizadas, sem etiologia definida mas da qual se conhecem os fatores que interferem em sua evolução. A busca permanente de maiores conhecimentos sobre essa doença levou-nos a estudá-la sob uma vertente da realidade nacional: como ela se apresenta num hospital geral. O levantamento estatístico dos últimos dez mil casos internados no Hospital Jaraguá (SP), ocorridos neste ano, revelou a alta incidência 6,00% (600) de pacientes com história de doença coronariana, necessitando de tratamento em unidades de terapia intensiva. Destes, 9,40% (56) eram coronarianos e 61,60% (37) apresentaram diagnóstico de infarto agudo do miocárdio. Estes, tratados com trombolíticos em 35,00% (13) e, como coadjuvante, heparina em 51,35% (19), aspirina em 70,00% (26), nitrato em 100,00% (37), betabloqueadores em 24,32% (9), bloqueador de canais de cálcio em 24,32% (9) e inibidor de enzima de conversão em 51,35% (19). Todos foram submetidos a cinecoronariografia que norteou o tratamento cirúrgico em 18,91% (7), angioplastia em 27,02% (10) e tratamento clínico nos demais. A mortalidade intra-hospitalar foi nula.

A análise crítica desses dados revela que: o hospital geral atende número significativo de pacientes de alto risco com diagnóstico de insuficiência coronariana onde mais da metade não puderam ser tratados com trombolítico por terem perdido o período crítico e chegado ao hospital muito tempo após o início do evento cardíaco. Esse fato permite inferir a grande importância de se divulgar amplamente conhecimentos sobre angina e infarto bem como enfatizar a necessidade de recorrer ao médico o mais breve possível, não perdendo o tempo útil para receber tratamento adequado e assim, garantir maior probabilidade de recuperação.

Além dessas medidas educativas da população, recomendamos que todo hospital mantenha uma Unidade Cardiológica cuja porta de entrada seja uma sala especial no Pronto-Socorro ou no Pronto-Atendimento que pode ser chamada de Unidade de Dor Torácica onde o atendimento seja prioritário obedecendo a padronização rigorosa de condutas pois, o paciente coronariano, embora sendo de altíssimo risco em determinado momento, tem grande perspectiva de recuperação desde que tratado adequadamente. Esses procedimentos executados com orientação correta no início do quadro pode diminuir significativamente: as complicações, o tamanho do infarto e a mortalidade e assim, salvar muitas vidas.

Da teoria a prática – O estudo supra analisado sob o ponto de vista crítico, desencadeou resultados práticos de extrema valia para o aprimoramento da assistência ao doente cardíaco. Assim, o Serviço de Cardiologia do Hospital Jaraguá instalou, em pontos críticos da sistemática de atendimento, duas unidades de Atenção Intensiva: a Unidade de Dor Torácica e a Unidade Cardiológica.

 

Unidade de Dor Torácica – Foi instalada no Pronto-Socorro do Hospital Jaraguá um local com essa denominação com entrada de fácil identificação para atender prioritariamente, sem demora burocrática e com pessoal treinado para tomar as primeiras medidas de maneira correta, precisa e sem vacilar. A padronização de condutas estabeleceu rotinas para a coleta de material de laboratório, exames instrumentais e com aparelhagem especializada. Estabelecido o diagnóstico, o doente é encaminhado adequadamente. Atenção especial é dada no momento da liberação da unidade para afastar qualquer risco eminente de uma cardiopatia tratável.

 

Unidade Cardiológica – Esta unidade em hospital geral, reunindo os doentes com afecção coronariana ou cardiológica, possibilita, pela racionalização do trabalho, atendimento melhor e mais completo com atenção especifica a cada problema que o paciente apresenta. Tendo sido atendidos de maio de 1997 a maio de 1998, 140 pacientes.

 

55. Clínica Particular

Após a obtenção do Título de Especialista, ao término do Curso do Prof. Decóurt, vem atendendo Cardiologia em Clínica Particular.

Especialista em Cardiologia com título conferido pelo Conselho Regional de Medicina mediante apresentação da documentação comprobatória em 24 de novembro de 1983. (Doc. 69)

Influência do Estágio na Alemanha – Trabalhar na Alemanha em um dos Centros de maior experiência em cirurgia de aneurisma da Europa, onde são operados semanalmente três ou quatro casos dessa afecção, chamou a atenção a grande preocupação que os colegas alemães têm em preparar adequadamente, e com extremo rigor, o paciente para definir a melhor oportunidade cirúrgica. Esse fato explica a excelente evolução pós-operatória bem como o baixíssimo índice (4%) de mortalidade obtido em contraposição à realidade brasileira onde o doente só procura o médico quando o aneurisma atinge grandes dimensões e com algumas complicações sendo feito, na maioria das vezes, em situação de urgência, em péssimas condições e resultando em mortalidade dez a quinze vezes maior. Tal observação, tornou evidente, a importância da prevenção em saúde. Nas reflexões sobre esses fatos nasceu a idéia de criar um Serviço de Rastreamento das lesões arterioscleróticas procurando na população sadia, identificar os fatores removíveis e controláveis que tivessem colocando os indivíduos em Grupo de Risco. Assim, nasceu a idéia que resultou do retorno da Alemanha, de criar o Ckeck-up Cardiovascular  dispondo de equipamentos modernos e de última geração, com o objetivo de atender particularmente os Executivos que já tem consciência da importância da revisão periódica de saúde. Para tal foi instalada a Clínica Vascular Cardio Center na Av. Juriti, 144 – Moema, S. Paulo (Doc. 258).

Aparelhos – Sequóia 512/Acuson; Acuson 128 XP/10c; And TM/2420 TM 202 – Takeda/Kenz; Dynamis/Spacelabs; ECG 106/Kenz; Dixtal EP-3; Esaotebiomédica – Acta plus/Imbramed; Instromedix 12 Lead Coupler; Collins Coco Spirobank/Kit Micro.

Exames – Ecodoplercardiograma; Ecodopler Transesofágico; Ecodopler Vascular; Ecodopler de Stress farmacológico; Ecodopler de Carótidas e Vertebrais; Ultra-sonografia simples; Ultra-sonografia com Doppler (transcraniano, renal, hepática, placenta); Ultra-sonografia com biópsia; Pletismografia arterial e venosa dos membros inferiores; Doppler arterial e venoso de membros; Mapeamento a cores de fluxo Cardíaco; MAPA – Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial; Holter – Monitorização Eletrocardiográfica de 24 horas; Looper – Registros Eletrocardiográficos de Eventos; Eletrocardiograma de repouso; Teste Ergométrico; Ergo-espirometria; Prova de Função Pulmonar.